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domingo, 7 de novembro de 2010

Relatório da ONU propõe criação de imposto do clima

Um relatório da ONU propôs a criação de um imposto internacional sobre movimentações financeiras como forma de patrocinar o combate à mudança climática. O documento foi entregue ao secretário-geral, Ban Ki-moon, por um painel de especialistas integrado pelo megainvestidor George Soros e pelo conselheiro econômico da Casa Branca, Larry Summers, ex-reitor da Universidade Harvard.
Em fevereiro, a equipe foi encarregada por Ban de encontrar fontes de verba para que os países ricos cumpram sua promessa de levantar US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020 para combater as emissões de carbono e ajudar os países pobres a se adaptarem ao clima. A promessa foi feita na cúpula do clima de Copenhague, no ano passado. O painel diz que bancar a luta contra o aquecimento é "financeiramente factível e politicamente viável". Porém, "será necessária uma vontade política consistente", declarou Ban ao receber o relatório dos chefes do grupo, o premiê etíope Meles Zenawi e seu colega norueguês Jens Stoltenberg.
Segundo Stoltenberg, o grupo chegou a três conclusões: primeiro, será preciso colocar um preço nas emissões de CO2, principal gás-estufa, da ordem de US$ 25 a tonelada. Depois, "novos instrumentos de financiamento público poderiam levantar dezenas de bilhões de dólares por ano".

BILHÕES E BILHÕES
Entre eles está uma CPMF internacional, que contribuiria com até US$ 27 bilhões; impostos nacionais sobre CO2 nos países ricos, que poderiam gerar US$ 10 bilhões ao ano; e impostos sobre transporte marítimo e aéreo, que poderiam gerar mais US$ 10 bilhões. Por fim, o setor privado deverá gerar grande parte da verba, com investimentos amortizados por bancos de desenvolvimento. "Os países ricos não têm mais desculpa para adiarem o compromisso [de contribuir]", afirmou Steve Herz, do Greenpeace. A ONG Amigos da Terra, porém, criticou o relatório por enfatizar demais o papel do setor privado. As conclusões chegam num momento ruim para o governo dos EUA: Summers, afinal, é assessor de Barack Obama e defende impostos sobre o CO2 na semana da vitória republicana no Congresso. Qualquer mecanismo de financiamento do clima depende dos EUA. "Não acho que o governo vá varrer o relatório para debaixo do tapete", diz Herz. "Eles fizeram uma promessa em Copenhague. E este é um compromisso que vai além desta legislatura."

Fonte: Folha.com
Por: Edson de Aquino 

Um comentário:

  1. Não sei não, mas tenho medo que se repita a idéia dos créditos de carbono que no final virou apenas mais um mercado para os especuladores. O que tem acontecido é um novo tipo de investimento especulativo: os especuladores ambientais. Além da vontade política que já é algo que estamos longe de alcançarmos de verdade, ainda é preciso a vontade econômica dos grandes grupos corporativos e financeiros. Será que não vão usar a velha desculpa de que isso aumenta os custos de produção e aperta o consumo e a economia? Essa desculpa é sempre utilizada para justificar o desrespeito ao meio ambiente. Depois da crise econômica de 2008 (que ainda não nos recuperamos totalmente) a questão da retração econômica é sempre usada como pretexto para não se tomar medidas efetivas para solucionar os problemas ambientais. Será que essa proposta é realmente a solução? E se for, será que possível implantá-la? Tenho medo que os interesses econômicos e políticos inviabilizem uma solução para está questão.

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